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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Acenda uma Vela premia 4 curtas brasileiros com o Vento Nordeste

Quarta-feira, 07 de abril/2010

Japaratinga, Piaçabuçu, Maragogi, Jequiá da Praia, Marechal Deodoro e Maceió. Após passar por seis cidades alagoanas com o cinema flutuando no mar, no rio São Francisco e Jequiá e na maior lagoa do Estado, a Mangüaba, o Acenda uma Vela encerrou a 5ª temporada em clima de premiação e manifesto pelo incentivo à cultura em Alagoas. Pela primeira vez foi entregue o troféu Vento Nordeste em três categorias eleitas pelo voto do público, além de um prêmio especial cineclubista.

A premiação foi realizada na sessão de encerramento em Maceió no final de março, onde SWEET KAROLYNNE, de Ana Bárbara Ramos, da Paraíba, encantou os mais diversos tipos de público do início ao fim e recebeu o Vento Nordeste de filme da temporada pelo voto popular. O curta intriga o espectador pela relação da pequena Karolynne com a morte, através do galináceo Jarbas, seu melhor amigo, e da memória de Elvis exposta nas paredes de sua casa e no trabalho do pai, cover do cantor em seu próprio bar na Paraíba. Filme onde a montagem se revela essencial, aliada a alguns planos de grande força simbólica na narrativa, Karolynne comprova que o cinema pode ser simples e imperfeito quando se tem uma boa concepção.


Troféu VENTO NORDESTE destacado
pela projeção das vinhetas do Acenda uma Vela
durante a última sessão da temporada
[foto: Nataska Conrado]


Exibição de SWEET KAROLYNNE na beira do Velho Chico,
no povoado Sudene de Piaçabuçu/AL. Sessão com mais de 150 crianças,
com projeções nas velas duplas do São Francisco, as borboletas
[
foto: Nataska Conrado]

Em Maceió, foi realizada uma mostra competitiva específica para eleger o melhor filme da sessão, também pelo voto do público. Foram distribuídas cédulas com 6 documentários recentes e inéditos no projeto e uma animação, que compuseram uma mostra de 1 hora e meia dentro da programação geral. Para a surpresa de todos, a animação paulistana CALANGO LENGO – MORTE E VIDA SEM VER ÁGUA, de Fernando Miller, recebeu o Vento Nordeste de filme da sessão Maceió. Finalizado em 35 mm, o curta é um Tom & Jerry ambientado no sertão brasileiro em época de seca, uma homenagem ao estilo clássico de cartoon de perseguição. Através de soluções engraçadas e do traço carismático dos personagens, arrancou risadas e simpatia de públicos de diversas idades.

Exibição simultânea de CALANGO LENGO em duas velas
na Praia de Ponta Verde, em Maceió. O público da capital premiou
a animação em uma mostra competitiva essencialmente documental
[foto: Nataska Conrado]

Outros dois prêmios de caráter cineclubista também foram entregues no encerramento. O primeiro foi o troféu resgate histórico do cinema de curta-metragem, destinado à premiação de filmes que não estão no circuito há bastante tempo e que retornam à exibição freqüente durante a temporada do Acenda uma Vela. Em todas as sessões foram exibidos alguns clássicos do cinema de curta-metragem brasileiro e o público premiou MEOW (1981), de Marcos Magalhães (Brasília) com o Vento Nordeste. No curta de Magalhães tudo é muito preciso e minimalista. O gato em cima do muro de uma grande cidade, disputado por dois donos: os apelos para o consumo de um exótico refrigerante satirizam a situação do consumidor, espectador e cidadão entre a persuasão e a imposição de padrões de consumo. Engraçado para as crianças e reflexivo para os adultos, o filme é um cult entre as animações brasileiras. Foi premiado nos festivais de Cannes e Havana em 1982 e se mostra contemporâneo e sem prazo de validade até hoje.

MEOW, de 1981, flutuando no São Francisco
no centro de Piaçabuçu. O filme foi o sucesso da temporada
entre os clássicos do cinema de curta-metragem brasileiro
[foto: Nataska Conrado]

O prêmio filme de melhor avaliação crítica cineclubista, foi escolhido pelo Cineclube Ideário e entregue a NO TEMPO DE MILTINHO, de André Weller, do Rio de Janeiro. O tempo a que se refere o filme não é só o passado quando Miltinho "abafava" nas hit parades, mas a relação do cantor com o tempo. O tempo na música, que ele ora atrasa, ora adianta como só quem é senhor do ritmo pode fazer e sua obsessão pelo tempo das mais diversas maneiras. O grande mérito do curta é mostrar a genialidade, bom humor e atemporalidade de Miltinho com muito bom gosto, sem resvalar para lamentos pelo quase nenhum espaço na mídia para o seu talento nos dias de hoje. É um importante resgate da trajetória de um artista genial. O uso do espaço gráfico e do material de arquivo, aliado a um som tecnicamente perfeito que um filme como esse exige, fazem da sua exibição um deleite para os olhos e ouvidos.


NO TEMPO DE MILTINHO levou o Vento Nordeste
na avaliação crítica cineclubista. Bom gosto, qualidade gráfica e sonora
e um personagem genial são os grandes trunfos do filme
[foto: Nataska Conrado]

Mesmo debaixo de chuva, o Acenda uma Vela lançou na última sessão da temporada o manifesto Alagoas: terra sem lei – pelo incentivo à cultura em Alagoas, único estado do Nordeste que não possui nenhuma lei ou mecanismo de incentivo à produção cultural em funcionamento. Atualmente o protesto já conta com mais de 400 assinaturas e continua seu caminho com a adesão crescente de membros da sociedade civil, importantes entidades e personalidades da cultura brasileira.
Para apoiar o manifesto com a inclusão da sua assinatura, clique aqui.


2 comentários:

Luiz disse...

Foi sensacional...
Gente, onde estão aquelas fotos tiradas com a galera no final da última exibição?

Lis Paim disse...

Olá Luiz,

Postaremos as fotos aqui no blog em breve, tivemos alguns problemas que nos atrasaram, mas estarão aqui com certeza.

abraços!