. ACENDA UMA VELA ANO 5 ||DEMOCRATIZE O CINEMA BRASILEIRO. FILMES SÃO FEITOS PARA SEREM VISTOS || PELOS DIREITOS DO PÚBLICO. NÓS SOMOS O PÚBLICO. realização: IDEÁRIO . patrocínio: MINISTÉRIO DA CULTURA (MinC) - FNC/Secretaria do Audiovisual E PRÊMIO ARETÉ - PROGRAMA CULTURA VIVA/Secretaria de Cidadania Cultural. parceria: PROGRAMADORA BRASIL e ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CINEMA DE ANIMAÇÃO . apoio: CINE + CULTURA, ALGÁS e RÁDIO EDUCATIVA / INSTITUTO ZUMBI DOS PALMARES

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O início da itinerância e suas histórias


A primeira ação do cinema itinerante da Ideário foi o projeto Olhar e Ver (2003), que levou cinema para as periferias de Maceió, exibindo em grotas, acampamentos sem-terra e no Campus Universitário. A iniciativa se originou das atividades cineclubistas já realizadas anteriormente por Hermano, que sempre defendeu a democratização do acesso à produção audiovisual brasileira e o seu debate. Desde 1999, ele já exibia em bairros periféricos da cidade através do projeto Olho da Rua.

"Exibir em superfícies inusitadas não é somente performático", afirma Hermano, "é questão de atitude e protesto em favor do público e dos cineastas brasileiros, ambos sem tela no circuito comercial".


Filmes em redes de dormir em Piaçabuçu/sul de Alagoas

Hermano se orgulha das histórias que passou a colecionar durante as exibições, como a que ocorreu numa favela às margens do Rio Potengi (RN), enquanto preparava-se para uma sessão de cinema ao ar livre e uma mulher disse aos gritos que as crianças não precisavam daquilo e sim do que "botar no bucho". Imediatamente pediu que um dos meninos curiosos levantasse a camisa, ajustou a objetiva do projetor e exibiu o filme em sua barriga. Logo uma fila de cerca de 40 garotos se amontoaram para ter as imagens em movimento nos corpos.




"Em uma exibição na praia de Garça Torta, em Maceió, até um bebê no colo do pai entrou na fila para ser 'batizado' com imagens em movimento em sua roupinha branca de pagão", lembra Hermano, que já chegou a projetar na barriga de um boi em um acampamento sem-terra no Rio Grande do Norte.

A partir de 2005, a Ideário passou a realizar exibições itinerantes em localidades litorâneas, lagunares e ribeirinhas, sempre durante o verão, através do projeto Acenda uma Vela. Nele, os filmes são projetados sobre mais um suporte inusitado, símbolo da cultura nordestina - a vela de jangada. A atividade proporciona lazer e debate, nos moldes cineclubistas, para comunidades que, em sua maioria, nunca foram ao cinema.

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