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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Cinema para poucos olhos e muitas gargalhadas

[ACENDA UMA VELA, 4ª EDIÇÃO
::: Maceió, Vergel do Lago / Lagoa Mundaú
Quinta-feira, 02/04/09
Mostra geral
Evento organizado pelos jovens do Ponto de Cultura Ideário

Chegamos com os jovens ao local ainda às três da tarde. Ventava muito e transportamos os equipamentos da van até o nosso ponto de apoio, o bar da Dona Cícera. O local escolhido para exibição foi a Praça do Milênio e durante toda tarde a bicleta de som passou pela comunidade avisando a chegada do cinema.

Sabíamos da dificuldade de público para aquela noite, pois as famílias do Vergel não costumam sair de casa após a hora do café pelo perigo da região. Para nossa sorte, um dos jovens do Ponto de Cultura pertencia à comunidade e através dele, conseguimos autorização do grupo que "controla o pedaço" e gentilmente aceitou dividí-lo com o nosso cinema.

Não pudemos colocar a vela na água, pois ficaria muito mais baixa que a platéia pela geografia do local, dificultando a visibilidade. Com a ajuda de moradores da comunidade, os jovens trouxeram a embarcação para cima, colocando-a em um pedaço de grama próximo à lagoa Mundaú. Tivemos que improvisar a fixação do mastro e seu ajuste à vela do projeto, pois a original da embarcação era negra e embaçada, assim o céu naquela noite de nuvens mais escuras e alguns chuviscos.

O evento começou às 18h e a jovem apresentadora Carla, de apenas 16 anos, surpreendeu a todos pela desenvoltura ao microfone, e entre gírias articuladas de forma séria pela responsabilidade da função, animou as crianças, idosos e adultos que aos poucos apareciam para a sessão. Ainda no início da exibição, Alverite Jr., um dos jovens produtores e moradores da comunidade, concedeu entrevista à TV Educativa local com bastante segurança e falou da importância de levar o cinema para comunidades que não tem acesso aos bens culturais e da sua emoção ao trabalhar para que o Acenda uma Vela acontecesse no seu bairro.

A mostra foi aberta com o videoclipe LELÊ e foi composta em sua maioria por animações, pois era grande o número de pequenos de pés descalços diante da vela. Somente após o meio da noite, as crianças começaram a ir dormir e mais adultos saíram de suas casas, o que trouxe para a vela os filmes de ficção de temática mais reflexiva, como ÁRVORE DA MISÉRIA e VIDA MARIA.

Na programação da noite, estavam LELÊ (Carlos Dowling e Shiko, PB), ATÉ O SOL RAIÁ (Fernando Jorge e Leanndro Amorim, PE), MEOW (Marcos Magalhães, BSB), VINIL VERDE (Kléber Mendonça, PE), HISTORIETAS ASSOMBRADAS PARA CRIANÇAS MAL-CRIADAS (Vítor Hugo Borges, SP), DESALMADA E ATREVIDA (Pedro da Rocha, AL), ÁRVORE DA MISÉRIA (Marcos Vilar, PB), VIDA MARIA (Márcio Ramos, CE) e A VELHA A FIAR (Humberto Mauro, RJ).

O filme mais comemorado da noite foi a animação MEOW, de 1981, que levou o público às gargalhadas. No final, as crianças cantaram aos gritos, junto com a apresentadora, a música Atirei o pau no gato, pois um dos meninos da platéia tinha como apelido o nome do filme.

O público foi pequeno, 100 pessoas, porém bastante animado e participativo. Ao final da sessão, as crianças correram em direção à vela para tentar tocar na luz que estranhamente contava histórias e trazia o cinema para os olhos supresos.


[GALERIA DE FOTOS :::


Vista da Praça do Milênio, Vergel. A vela, pequena e
iluminada, divide o espaço com as estruturas de concreto.
[Foto: Nataska Conrado]



Crianças na frente, adultos na fileira de trás.
Cadeiras de plástico viram poltrona no cinema de rua.
[Foto: Nataska Conrado]


Junto à vela, Carla, a jovem apresentadora: 16 anos e
desenvoltura ao falar de cinema ao microfone
[Foto: Nataska Conrado]

Público e cinema se encaram. Gargalhadas e descontração
com a animação pernambucana
ATÉ O SOL RAIÁ
[Foto: Nataska Conrado]


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